sábado, 27 de junho de 2015

Para Maria e Mariana, tudo começou aos 33... 
Olá você, meu especial camarada! Olé você que está sentando nas cadeiras do  nosso picadeiro-blog! 

Olás, Olés, Olós, pra quem chegou agora... aviso geral: os sentidos aqui são sempre aguçados... Portanto, tooodos ouvem os três sinais de alerta e tooooodos sabem tuuuudo sobre a tal da felicidade... CEEEEEEEEEERRRRRRRTOOOO???... E TOOOODO MUUUNDO QUUUUUUER  SAAAAAABER???... 

Caixas!... Vamos cantando e “xamegando”, que os anfitriões  Xamego e Birota só estão aqui pra brincadeira e já  a postos chamam a...


PRIMEIRA PARTE – PRIMEIRO NÚMERO 

"A Índia, os Sabiás e o Cascata" 

 

Clique aqui...


Pra apreciar essa atração é preciso mais que aguçar sentidos. Já se nota que ela não é índia, mas uma atraente morena, de olhos negros e longos cabelos. Agora, o canto... Olhos, pele e ouvidos!... É ou não é um sabiá? 

Para tudo!!!...E as palavras?... Tão maviosas... tão graciosamente pronunciadas... e descrevem, aí sim, uma Índia... e os Seus Cabelos nos Ombros Caiiinnndo... Qual uma Cascata?...  

A voz penetrante, de longos e profundos agudos mescla-se agora com outra rascante e contrastante. É o Cascata, quer dizer, o Cascatinha. Cantos que se completam. Perfeitos em matéria de apresentação. “Os sabiás do sertão”, grita-se nos alto-falantes. 

Enfim, o melhor do melhor... Ele tem o mesmo tipo dela. Dois caboclos exuberantes, genuínos da nossa terra, numa dupla ímpar – boa, né?...  Enlevam a plateia e tudo que está embaixo desta lona... Provocam suspiros que saem lá do fundo da alma... 

Dá pra ouvir daqui os corações... E o melhor de tudo está por vir. São música e surpresa... Os encantadores da hora brincam entre si e entre nós... Ele joga a “cascata”: Ó Inhana, tô apaixonado!...  

Ela denga três vêzes:  “Eu também tô, eu também tô, eu também tô!... Ele pisca... pra você?... “Ó Inhana, mas eu sô casado...” Ela seduz outras três: “Eu também sô, eu também só... eu tambééém sôôô...” Os inesquecíveis “Cascatinha e Inhana”, sim!, são casados um com o outro, se apresentam em picadeiros de Circos virtuais ou não e cantam o sucesso “Índia”, brincando e felizes, há  uma eternidade.

Nem se sabe o quanto se consegue aplaudir o maravilhoso, não é?... em todo caso, bata palmas vigorosas e repita a emoção, sempre que quiser... clique lá... 
Os caboclos Cascatinha e Inhana, sucesso nas rádios e  no Circo Guarani

SEGUNDA PARTE 

Para o agora de agora, amigo e respeitável público, reserva-se a emoção da grande aventura e momentos de muita ação...  E tudo já vai começar...
 

“A ESPINGARDA E CINCO TIROS NO CAFEZAL!”  

 

Documento na mão, o irmão Nenê mostra a que veio!

Cenários: Grande sala e portas de quartos em destaque e quintal de fazenda com exuberante plantação de cafés. Sofá majestoso e dois menores de madeira de lei, elegantes, com detalhes rebuscados e bom gosto. Janelas grandiosas. Cortinas esvoaçantes, marcadas por luzes turvas do pavio, em movimento de lamparinas. 

Protagonistas: Mãe Brígida e o filho mais velho da família Alves.
 
1º Ato Noite alta. Sala em penumbra. Duas cortinas das janelas esvoaçam e ouve-se a quebra de alguns objetos. O som de cacos provoca passos com chinelos e Brígida entra na sala, sonolenta, em “pegnoir” sobre camisola.  Fiscaliza. Escancara mais ainda as janelas, enfia cabeça e tronco pra fora, e observa, sem medo  nem pressa, a  grandiosa paisagem do escuro cafezal.  Cabeça pra dentro, fecha bem as janelas, arruma as cortinas e volta, preocupada, pro quarto. Antes, balbucia: “O João só volta pra semana...”

2º Ato O barulho agora é maior.  Agitação nos quartos. Pés apressados e descalços, camisola ao vento, ela passa correndo o olhar pela sala e surpreende outras vidraças abertas. Tranca tudo, alerta! e vai, de porta em porta avisando. “Está tudo bem, meninas, podem voltar pra cama”... “E vocês, garotos... não é nada...” Ajeita as lamparinas pra melhorar a visão. Senta num dos sofás e monta guarda: de tocaia como filha de índios que é.  

3º Ato Brígida não espera o próximo barulho. Enquanto lá fora, as coisas parecem sem controle, ela corre como está, escancara a passagem pra fora e começa a gritar pelo quintal: Ouve-se perfeitamente de dentro da sala. “Se tem alguém aí se apresente... Não vou falar duas vezes... Pode aparecer já!...” Ninguém se habilita. O silêncio é ensurdecedor...  Destemida, fica por lá.


4º AtoDe novo na sala, Brígida reluta um pouco mas dispara pro quarto das crianças. Sai apavorada de um – “ninguém aqui?” – e entra, veloz!, no outro... A voz de Toninho, o caçula: “Que é mamãe?... O Nenê não fala pra nós...” Lá do quarto, ouvem-se as palavras firmes de Brígida orientando os filhos   e  pedindo ao mais velho que não vá pra lugar nenhum. Volta pra sala e começa a se preparar.

5º Ato Nenê entra na sala e gesticula pra mãe, com precisão, que no quarto, o pessoal está tranquilo. Lança um olhar cúmplice e ela, quieta, em pé, está muito concentrada. A confusão soa gigante no cafezal. Brígida acena pro lado e define com os lábios, cada sílaba, devagar e claramente: “Dan-te- Au-gus-to”. Pé ante pé, o rapaz gira pela sala, sai e,  em instantes, aparece com a espingarda. Brígida posiciona braços e dedos, encaixa as balas, encara o filho e desaparece no cafezal. Os tiros nem são ouvidos na sala... “Atirei cinco vezes, Nenê. E não tem ninguém mais por lá. Com certeza!”... Ambos tem certeza. Brígida respira fundo e o filho também: “Boa noite, mãe!”

O uniforme do Nenê ( numa ponta) faz Efigênia ( na outra ponta) Eliza e Toninho sonharem até de manhã.
Quem diria!... Mãe Brígida, guerreira... Caramba... cinco tiros!...
Nosso Xamego tem a quem puxar!

Final do espetáculo!