sábado, 2 de maio de 2015

Uê, uê, uê... Cá estamos com você!!!
Mais sete dias de gargalhadas, emoções e quetais. Mais quetais do que tudo, porque este quintal, o nosso divertido picadeiro-blog, é cheio de surpresas, emoções e novidades. 

E sem mais delongas, já tendo ouvido os dois primeiros sinais, só esperamos que você se acomode devidamente, que o terceiro sinal anuncia a estrondosa entrada do nosso XAMEGooooooo...

E vamos XAMEGAR, que é o principal verbo nesse nosso momento virtual. Luizão nas caixas! Xaxado no pé!... Xamego no requebrado... E o que é que todo mundo quer saaaaabeeer?
Aiiiiiiiií... Isso é que uma entrada triunfante!... Xame-gooo! Xameeeee-gogogogooooo!
E rapidamente o palhaço anuncia a nuooooossa...

PRIMEIRA PARTE – PRIMEIRO NÚMERO

“A voz, a mola e a Dona da memória” 

 
Direto do Centro de Memória do Circo, Verônica Tamaoki adverte: clique em TRANSCRIÇÕES

Cores e holofotes mil... Luzes voltadas para a caixinha. Pequena, né?...Pipocas e balas trituradas sonoramente... A caixinha se concentra e parece determinada... Que truques ela guarda?... Maxilares estagnados. Você está inquieto... 
Relaxe, toda a plateia está!... Salto... salto... salto... De quem?... 

Da caixinha. A tampa se abre, a mola estica e você mal percebe. Ela está no alto da lona, não, já aparece no centro do picadeiro... vai... vem... sobe... desce... Credo!... É a mola?... Susto!... É uma voz? Que voz?... Sim, a voz ocupa todo o espaço do circo. E o que é essa voz, meu Deus!... Ela é forte, decisiva, persuasiva até... A voz diz... o que?... 

Essa caixinha não pára... No alto... Embaixo... Esquerda. Direita... Não deixa ninguém ouvir... Ah... Entendeu?... A voz pronuncia claramente e não há dúvidas... Ouve-se: “TRANS-CRI-ÇÕES”...

A caixinha saltando, a mola esticando, a voz repetindo... Agora, mais suavemente, mais sedutoramente... Inigualável! Que espetáculo essas duas!... Duas ou três?... E a mola?... Mas é a voz que atrai... Cada vez que a caixinha se abre, a mola salta e ela repete, como um mantra... “TRANS-CRI-ÇÕES”... O picadeiro escurece... Silêncio aterrador. Nãããão... Senta aí!!! 
 
É o grande momento das três artistas... Luzes de volta, microfone na mão, a figura elegante de Verônica - a primeira protagonista das transcrições - se posiciona solenemente. OHHHHH!... E as três agradecem, mãos segurando mãos. 

As da Dona da Memória, as da mola, e, claro, mãos da voz que utiliza o microfone e proclama o lembrete: “A diretora do Centro de Memória do Circo quer lembrar a todos que, a partir de hoje, você vai saber tudo, sem tirar nem por, o que todos disseram nas entrevistas do documentário do Xamego.”

Que truques! Que alívio! Que novidade!... E que voz inesquecível!... Tá bom, é difícil aplaudir ouvindo essa voz, mas faça um esforço... Abra a caixinha da Memória que ambas gostam de ser lembradas. Não esqueça: aperte a aba!

SEGUNDA PARTE

Lembranças, lembranças, gratas e doces lembranças!... E agora vamos começar a nossa peça de hoje, pra nunca mais esquecer!...

“DOIS MENINOS E O SEGREDO DA VELHINHA"

Adriana Mariano, a fisioterapeuta, só entende o recomeço, no fim

Cenário: Sala de Pilates. Aparelhos espalhados pelo chão, móveis especiais, bolas de vários tamanhos, teto ocupado por ferros e cordas. A protagonista, jovem senhora, sorriso gentil, recebe convidados carregados de equipamentos: câmeras, tripés, luzes e máquinas fotográficas.

Cena 1 – Equipamentos sendo posicionados. O primeiro diálogo com a velhinha: “Oi, bonitinha, novinha você... Trabalha bastante, né?... A profissional concorda e começa a massagear aquele corpinho. Pequeno, magro, mas forte. Eta vovózinha saudável e falante! Os membros se articulam bem. A resposta aos estímulos é rápida. Modelo perfeito para trabalhos na Faculdade. Compra um caderno.

Cena 2 – Filmagem demorada: cadê a melhor luz?... Complicação. Anotações no caderno: Pressão sempre boa. Olhos e coração espertos. Agilidade nos exercícios. Disposição a vapor. E o que é esse bom humor!... Morre de rir. “Como está a senhora, dona Eliza?”. ”Cada vez mais jovem, minha bonitinha!...” Nota no caderno: Como para cada estímulo, a velhinha tem ótimas respostas para tudo. Rápida e ligeira.

Cena 3 – A primeira câmera está boa. Mas as outras duas... Difícil... Casada, a gravidez adiantada não facilita o sono. Caderno semiacabado. O soco no rosto dói. A vovó tem força de gente grande. Sinais vitais, em dia. Coração de criança. “Vamos exercitar, vovozinha. É preciso andar de novo.” Resposta em negrito. “Não, minha bonitinha. Está muito bom assim”. Pode um comentário desses?

Cena 4 – Nasce o menino. Lindo! Parece com quem?... E a perna da vó, encolhida. Caderno: após a sessão de acupuntura, ela dorme profundo, toda esticadinha na cama... Mas, quando acorda... A segunda câmera, ok... Falta uma só. Mas, a luz... As duas cuidadoras são péssimas. Estão facilitando as escaras. “Daise, vou montar uma clínica... Nem estou acreditando”... A vovó diz que mereço. Pessoinha especial... Mesmo esquecidinha da cabeça, o coração é gigante.

Cena 5 – Segunda gravidez. Maiores cuidados. A Clínica mais a família são desgastes na certa. Pensar noutra substituta. O caderno fica com a Daise... Mais meia-hora e a luz fica pronta!... No hospital, a vovozinha senta direitinho. Qual o segredo dela? ...Está sempre bem, até sorri prá mim...   

Será que se lembra?... Luz, ok... Daise está chamando pra sentar. Vamos lá... Ação: “Eu não podia ter deixado de cuidar dela!...” Lágrimas filmadas... Não, Adriana. As crianças nascem. As velhinhas renascem... Imagina um palhaço!... Este é o segredo do palhaço Xamego. Guardado a sete chaves pra neta Birota!
Não é pra chorar. É pra aplaudir. A vida merece ovação. 

Quantas chaves Mariana tem?

O Xamego às vezes, dói... às vezes, não... Ora viva, ó Xamego! 
O fim?... Não, o recomeço!