sábado, 25 de abril de 2015

Xamego na tela
Ei, ei, ei, o público é meu rei!... ei... ei... ei... Eeeeeee... cá estamos nós. Mais uma semaninha... E com um novo e inacreditável espetáculo,  eeessssspetaaaacular...

Já estou ouvindo o primeiro sinal e cada um que tome seu lugar que... – Escuta lá, o segundo!... O show vaaaai começar... senhorinha, senhorzinho, criança, criancinha, sim! Agora é o último sinal... 

E nuoooooós vaaaaaamos acionar as caixas... Lá vem o Gonzagão... O Xamego faz sofrer, o Xamego dá prazer
Lálaririririlá... Lálará...

E o que é que todo mundo quer sabeeeeeer? Responde alto, que eu sei que você saaaaaaabe...Puxa, veja o Xamego alegre, alegríssimo até... 

Claro que ele fica feliz porque a plateia do seu picadeiro- blog acompanha sua música sem errar a letra. E bate o pé... E bate as mãos... Olha lá!... 

Tem um senhorzinho em pé, dançando, xaxando com o Xamego... É isso aí, minha gente! Vamos cantando e dançando que a alegria deste palhaço é ver o circo xamegar... E, sem parar um minuto, ele anuncia a primeira atração...
 

PRIMEIRA PARTE – PRIMEIRO NÚMERO  

 

 “A Gargalhada e a Portaria”

 

A Portaria e a Gargalhada... de Julineto
E já está no picadeiro essa dupla muito estranha. As duas, pelos olhares que trocam,  percebe-se , são velhas amigas. Mas serão artistas?...  A plateia não sabe se aplaude ou não. É quando elas começam a caminhar, andam depressa e logo em seguida correm muito, dando voltas...  Velocíssimas... Uma, duas vezes, dez, vinte... O que é isso????... 
 

O pó da serragem levanta, vira uma enorme fumaça e não se consegue enxergar muito bem... Mas há várias figuras por lá...  Você percebeu aquela senhorinha, pequenina e brincalhona?... Preste atenção!... E entra em ação a Portaria!...   

Que é uma portaria comum. Daquelas que todo prédio pequeno de São Paulo tem... Por isso, nada de maquiagem.  Pois bem... É naquela simples portaria, que a Gargalhada toma fôlego, fica alta, muito forte, contagiante...  E ocupa todo o espaço. 

Da Portaria, do picadeiro-blog, do mundo virtual inteirinho!...  Essa é “A“  Gargalhada!  Ah, Ah, Ah, Ah, Ah, Ah, Ah...  Que show diferente!... Ela é irresistível! Será que dá prá entender?...  E o que faz aquele porteiro super sorridente, gesticulando, batendo uma mão na outra, sacudindo todo corpo?  É ele que gargalha?... Não se sabe... Mas o número prossegue. Cheio de emoções e mistérios... 

Agora, no meio de um grande redemoinho, percebe-se, claramente, que a senhorinha levada da breca,  repete em alto e bom som... Toda hora e toda vez que o porteiro sorri prá ela... “Estou cada vez mais jovem, meu bonitinho!” Ela capricha no xaxado... 

E a Gargalhada se torce, chega a chorar, com os dentes à mostra... Sim, pode gargalhar também!  Gargalhe com a Gargalhada... Pois a portaria inteira do prédio Dione  gargalha, há anos,  quando  aquele porteiro faz a esperada  pergunta:  “Como está a senhora, dona Eliza?”... É que a Portaria, a Gargalhada e o porteiro Neto sabem que o Xamego, há cento e seis anos, é o mestre do gargalhar.
Muitas palmas pra este trio que faz a gente morrer de rir! 

 

SEGUNDA PARTE

Gente! ... É preciso acalmar um pouco... Vamos parar de rir...  A nossa peça de hoje pede atenção...  E já vai começar...

 

"A TELA, O TRAÇO E O MESMO PALHAÇO"

 

        Zé Chico, o artista no espelho

Cenário: Uma sala de visitas, com sofá e cadeiras. Três câmeras ligadas. Bem posicionada, em carvão, a tela ressalta o sorriso do palhaço. E o nosso protagonista está sentado, diante do espelho, traçando, em lápis, uma máscara. Concentrado. Olha para o espelho. Olha pra tela. Solene.

1º Ato: Quando o artista delineia as sobrancelhas, seu pensamento entra em cena. O lápis vira carvão: é ele marcando a tela. “Não vai dar tempo”... E ele vê aquela mulher de sorriso franco, de mãos de fada, na cozinha. Sente o cheiro da feijoada, na mesa, quase acabando... “Pega logo que não vai sobrar!”

2º Ato: O próximo traço é na boca. O pensamento liberta: “Quero ser um palhaço na festa dos meus sobrinhos”...  A mãe da Daise empresta a roupa, a cabeleira, a bengala e a flor na lapela. “Vou arrasar”

3º Ato: Agora é caprichar na máscara. Tem que modelar o carvão... Não, o lápis... “ Preciso começar de novo”...  A figurinha forte volta, aconselha e filosofa: os olhos são o espelho do palhaço... A tensão é grande. Os câmeras percebem e cooperam. Concentração geral.

4º Ato: A sala some da sala. É outra. Na aula-técnica do carvão: a tensão é a mesma:  “Me ajuda minha amiga... Não tenho muito tempo”...  E os traços completam a tela! Milagre?... Os dois comparsas têm certeza...  Artista realizado.  Xamego está lá: olhos  e boca sorridentes. A flor no lugar certo. Perfeito. Obra de arte.

5º Ato: Agora, ele é um só:  palhaço e  artista. O espelho acompanha a boca nervosa do Zé.  A tela acompanha o ambiente emocionado. Deu tempo...  Sempre dá.  O tempo é pensamento.  Vai e volta... E o artista Zé Chico segue maravilhando seus traços. Com tinta ou não. E o palhaço Xamego, sorri, para sempre, com olhos e boca. E flor na lapela... Em carvão...  Na preciosa tela do querido Zé. Assinado, CHICO.


Sim!...  É isso aí!...Grandes emoções merecem sonoros aplausos ! Ai que Xamego bom... larilarilalalá...


The Fim!