sábado, 9 de maio de 2015

Aí, amigão e amigona!... 
O maior, o melhor, 
o grandioso espetáculo em todo o mundo virtual está prestes a começar... 

A plateia está bombando e as nossas bilheterias estão agitadíssimas, porque ninguém quer perder nenhum tin-tin assim dessas emoções iiiiinéditas, iiiiiiiincríveis... jaaaaaaaamais vistas...

Mas espera lá!... O nosso Xamego nem apareceu ainda e o Gonzagão já está nas caixas?... O que, afinal, está acontecendo?... Que confusão é esta entre os barreiras das cadeiras?... É ou não é um cachorrinho que late sem parar e já está sambando no meio do picadeiro-blog?... Será que já é a...

PRIMEIRA PARTE – PRIMEIRO NÚMERO

“O xaxado do Suingue”

 

Desde pequenino, ele dança um xaxadinho
O cachorrinho está xaxando como ninguém... Esfrega as patinhas de trás, uma à frente da outra, e bate palmas com as patinhas da frente... Em pé!... Que graça!... 

Notou as sandalinhas?... Será um cachorro ou uma cachorra?... Não se sabe... Em todo caso, veste uma sainha colorida na cintura e - olha lá! - sabe a música do Xamego de cor e salteado... Grita em alto e bom som, que seu nome é Suingue, mas que podem chamá-lo de Xaxado... Claro, é compreensível... tem a ver com o que se vê!...

Mas, cadê o Xamego?... E o cão balança a cabeça na frase “todo o mundo quer saber”... E pede... Breque!... pro requebro... 
Aí, continua: “o que é o Xamego...” Rebolaaaaa e... Breque!... E o Xamego pede tempo nas caixas. Pega o caõzinho no colo, agradece os aplausos e sai do picadeiro xamegando com seu terrível amigo de estimação: ninguém segura o Suingue se ele ouve um xaxado.

Pode continuar aplaudindo e dançando que aqui é só alegria!


SEGUNDA PARTE

Vida de palhaço é assim. Agitada que só. E na hora do espetáculo tem que ficar esperto, porque ser palhaço e domador tem lá seus segredos... Mas tudo se aprende nessa vida de circo... Daí a nossa peça de hoje...

“O ENCANTADOR DO PALHAÇO” 

 

Antônio Alves, o palhaço Gostoso
Cenário: Quarto do Hospital do Campo de Marte. Na cama, o principal personagem. Sentadas, em cada uma das cadeiras: as duas irmãs. Duas enfermeiras ajeitam cobertas e travesseiros e um médico observa as anotações na prancheta do paciente. Cenhos franzidos, semblantes graves, clima tenso.

Cena 1: Antônio Alves, o caçula de João, tenta lembrar do pai palhaço. Muito engraçado. O semblante sério também provoca gargalhadas... Mas foram poucas as vezes... Gerenciar um circo toma tempo demais. Com cavalos e outros animais, então... Vê o grande Circo Guarani. Era mesmo grande... Não quis copiar o pai. Imaginou um tipo diferente: alegre, mais solto, sorridente e dançarino. Mas também foram poucas as vezes.

Cena 2: Doente, Toninho precisa criar um novo palhaço. A mesma cabeleira careca. Porém, menos detalhes no rosto. Sapatos não tão grandes. Desenha na mente e imagina os trejeitos... Nada de vermelho no nariz. Talvez quilon. Terno com colete, combinando. Ou então, colete negro e o laço negro, no lugar da gravata. Parece interessante. 

Cena 3 – A irmã Eliza se apresenta. Papai não deve ter gostado: uma mulher?... Visualiza o teste: cabelos armados, cartolinha no cocuruto. Cambalhotas e caretices... Ri sozinho. A Eliza é incrível. Engraçada demais! Efigênia é mais séria. Gosta mesmo é do bandolim. Ouve o som ao fundo. Parece o do Jacob. Imagina outra música e pensa numa flor na lapela. Quem sabe?

Cena 4 – Entre um remédio e outro recorda o consentimento de João. Diz que não conteve as gargalhadas. É um tipo perfeito. Baixinho, gordinho, danado de ágil. Ela mexe a face, as mãos e os pés. E como se espalha no picadeiro. Conquista as garotas!... Ninguém imagina!... Vai dar certo! O marido forma a dupla e, se preciso, a Efigênia entra... Efigênia está sentada ali. Não fique triste, mana.

Cena 5 – As pálpebras de Toninho pesam. É o sono chegando. Bom pra sonhar: os palhaços Gostoso e Xamego se encontram. Finalmente, felizes!... Brincam muito... Dançam muito. E o melhor de tudo é a música. Caiu como uma luva. Acertou na mosca. “Ninguém sabe se ele é branco, se é mulato ou negro...” Toninho: “ De palhaço pra palhaço, as garotas piram, né Xamego?... Que xameguinho bom!... É bom te encontrar!” Eliza: “ Não é só bom não, maninho, é Gostoooooso demais!...”

O Xamego às vezes rói... o coração... mas é um Xameguinho bom, né Gostoso?

Fim do espetáculo!