sábado, 13 de junho de 2015

 "Vó e tio, dois dos impagáveis “Três Malucos”
Ah!... Quanta felicidade.... que sucesso... que semanas agitadas. Pois pra continuar tanta festa, só mais alegria ainda, muita novidade e surpresas... Em nenhum lugar dos mundos existe um picadeiro-blog como o nosso!... Começamos então, com uma atração que faz o coração do nosso palhaço maior bater com emoção. É uma dupla diferente, um parceiro especial que não recusa participações, mas sempre se surpreende, morrendo de rir, com tudo que Xamego faz... Eta  figurinha!... Com vocês....
Xameeeeegoooo e.... Aristeu
Gonzagão no som, a “entrada” começa. “Todo mundo quer saber...” É o grande momento da abertura, como sempre. De cara, o palhaço arranca muita gargalhada e seu par já não consegue disfarçar o riso... Xamego se preocupa – “ai, ai, ai, menino! – mas gosta do jogo e continua. Atiça a plateia e o parceiro agora, visivelmente sufocado. Aristeu controla a reação... Mais pilhéria, mais risadas e muitos aplausos. Cresce o sucesso da dupla e a tensão aumenta nos dedos contáveis do “bebê” do número “O Livro mágico”... lembra?... (Post 2)...
Que bom: “a entrada” é curta. Só aquecimento.  Aristeu: “Ufa! Já posso rir"...  Xamego, em voz alta: “E agora vamos a nossa primeira atração...” O filho: “ Minha mãe é uma figura, né mãe?” E, ao mesmo tempo, curva-se e abraça,  à força, carinhosamente, o baixinho querido, que não para de fazer graça,  e com ela, opa!, com ele, ri à vontade para anunciar...

PRIMEIRA PARTE - PRIMEIRO NÚMERO

“Um sapato e três deusas”
A menina Noêmia tira o sapato e Genésio admira.
Rapidamente se percebe que o segredo está no sapato. Não no par. Um deles. Aquele em destaque, que, quando calçado, faz a diferença. Começa com a garota mais magrinha. A do cata-rapaz, caça-rapaz, pega-rapaz, enfim... Leve, graciosa e... como canta essa  danada!...
E o pé do sapato nela se desloca, tão delicado, que os sons vão além de um bom sapateado. Você nem nota o outro pé... Pisa nas nuvens?... Daí, vem a outra. Mais cheinha, mais veloz, mas que graça!... O sapato no pé, a ilumina inteira...
Será de cristal?... Um sonho, sem dúvida!... Dança e canto perfeitos... e chega a terceira... Essa é outro sucesso. Mais jovenzinha. Uma menina!... Completa o trio e o encanto do número com o sapato mágico... Não é diferente e cativante?...
O sapateado transcorre com graça e elegância. Tá ouvindo?... As cores entram e saem do sapato, com naturalidade. Gostam de nele se revezar... Duas, três, mil tonalidades... e intensidades incríveis... E a plateia se enleva... Tão lindo, tão colorido, tão ritmado... Suspiros no ar... Atenção absoluta.
As três sapateadoras, qual deusas, deslizam, suave, pelo picadeiro-blog, cantam envoltas pelos holofotes, usam o sapato com energia e perfeição. Trocam olhares, sorriem de lado, amigas, cúmplices, parceiras... Jogam os braços e a ponta dos dedos pro alto... descalçam o sapato e voam pra lona... Efigênia, Maria Eliza e a sobrinha Noêmia, alegres e soltas, dançam e cantam assim o tempo todo.
No picadeiro, na barraca, no camarim... Às vezes, sem o sapato.
 Vó Tita: capricha na letra, no pé e no cabelo.
 Vó Xamego acha a graça do sapato com o chapéu.

Aplausos, muitos aplausos... que a amizade eterna merece!

SEGUNDA PARTE  

E seguindo os passos das deusas, apresentamos a nossa peça, especialmente interessante e de inspiração interiorana e - por que não revelar sem alterar expectativas? - de final muito, mas muuuuuuuuito feliz... Ainda existe curiosidade?... Vamos ao romance... 

 

“O CAIPIRA E A FLOR”


O grande Genésio Arruda, no teatro, em ação.

Cenário: Camarim das garotas do Circo Guarani. Divisões em tecido, cores-pastel. Esvoaçantes. Cabides espalhados pelos pregos, com roupas coloridas dos artistas e vestuários de dramas e comédias. Uma grande penteadeira, com espaçoso espelho. Peruca de palhaço no toucador?... Banquinho pra maquiagem. Chapéus e poás em duas das três cadeiras.

Protagonistas: As jovens tias Efigênia e Eliza. A sobrinha Noêmia.  
Voz: João Alves, avô e proprietário do Circo.

1º Ato – Efigênia, agulha e linha, ultimando o “pegnoir”, sentada na cadeira. Eliza, no banquinho, esmerando no batom: “O nenê da Cotinha está pra nascer... Queria conhecer...” Efigênia: “Sabe que nossa irmã se chama Maria José, não é?”... Eliza sabe, mas prefere lembrar da  irmã de criação, pelo apelido. “Ela sempre será Cotinha, pra mim!"... É que a querida irmãzinha casou e foi morar bem longe...

2º Ato – As artistas, uma em cada cadeira, quase prontas, disputam o espelho. Depois de perder a mãe e o pai, a órfã Noêmia, sete anos, vive com a família Alves. Ela entra em silêncio e observa o agito no camarim. Fica encantada!!!... Uma tia: “Querida! Logo, logo você aprende tudo. Sua mamãe aprendeu bem rápido”... Silêncio comovente... As tias não contêm as lágrimas. Mas é hora do espetáculo...

3º Ato – Confusão no camarim. Um espelho é pouco pra duas sapateadoras e a promissora dançarina... E o segundo sinal está batendo. Outra tia estica o braço pra Noêmia: “Querida!... Você fica melhor ainda, com esta flor nos cabelos”... Tia Eliza, olhar saudoso: “Ela tem os cabelos da mãe Cotinha... tão linda!”... As três atravessam as cortinas.

4º Ato – Grandes parceiras, o trio é  o sucesso do sapateado. “Parecem deusas”, aplaude o fã na primeira fila. No camarim, exaustas, jogam-se onde encontram assento, só pra “tricotar”. Amigas, trocam confidências e a tia magrinha quer saber por que a mocinha está tão alegre. A tia brincalhona joga olhares cúmplices pra sobrinha. Ambas sabem que o  famoso cômico Genésio Arruda admira a garota de flor nos cabelos... “Já é uma mulher, mas pra mim sempre será o bebê da minha irmãzinha”.

5º Ato – Emergência!... As já famosas bailarinas comentam, no camarim-refúgio, o assunto mais urgente do momento. Troca geral de cadeiras e de argumentos...  Noêmia: “Ele disse que gosta de mim de verdade”. A magrinha: “Mas ele já foi casado!”... A  brincalhona: “O senhor Genésio foi grande amigo do Pedro Liendo, pai dela e, “É”  amigo do nosso pai...” A voz forte e enérgica de João Alves,  alerta nos cochichos, olho nas novidades, ressoa lá fora do camarim. “Na minha família é assim... Fomos três amigos, somos dois amigos... mas minha neta só sai daqui casada!...” Tias e sobrinha riem baixinho... Efigênia e Eliza previam que Noêmia e Genésio seriam felizes para sempre! E são!...
Missão cumprida de João Alves e filhas.
O Xamego e a família Alves sabem “o que é o xamego”.

Final feliz – não disse? -  do espetáculo!