sábado, 20 de junho de 2015

Xamego e família “xamegando” que só!

Oras, oras, carambolas!... Se você aí está achando o máximo os espetáculos aqui apresentados, prepare-se!...Nem imagina o que vem por aí... O nosso picadeiro-blog, cada vez mais magnífico neste vibrante “sanduíche” de sábados só reserva novidades... Hum, que fominha!... E o nosso palhaço, que xamega assim que ouve seu nome e sua trilha, agita pés e quadris, pronto para anunciar... e anuncia...


 PRIMEIRA PARTE – PRIMEIRO NÚMERO  

“A Magia e o Circo” 

 

O senhor Joaquim Antonio sonhando.
 
Nossa!... Eles são artistas? Que estranho... E ela parece mais sisuda que ele... Parados ali, concentrados, muito bem paramentados, no centro do picadeiro... até parecem aquele casal que acabou de brigar... Mas, olha!!!... É o contrário!... Que destreza, que elegância, que performance... Aplausos merecidos!
Foram mesmo feitos um para o outro, na  arte e na vida circense: se entendem, adivinham  pensamentos... basta um olhar... se completam. Pode-se dizer até que a Magia é bem feminina... Concorda?...
Que apresentação!!! Mas...quem é esse senhor que está na foto acima e divide o espaço com os artistas?... Fala com uma... fala com o outro... Você ouve?... Os três não param de cochichar...
Ele quer... Epa! Veja lá!... É o Reis... tem também uma mulher... dois jovens ... uma família!... E números de acrobacia e flip-flaps... e saltos mortais...e sons de violão e guitarra...e...e... Céus!?... É o Xamego gesticulando, brincando, agitando geral?!?!... Ah!... Ninguém segura as gargalhadas... imagina o Aristeu!...
Pois é... apresentações da Magia e o Circo são os melhores sonhos  do senhor Joaquim Antonio, amigo dos Alves e Reis:
“Eles contavam as histórias do Circo Guarani e eu me imaginava no meio de um divertido picadeiro”, confessa Joaquim que, naqueles tempos, era o “Quincas”, alegre contrabaixista do primeiro conjunto do bairro.

Quincas punho no alto e os jovens da Vila: "Os Snackers"


Aplaudam!... Aplaudam... a família do Xamego, o Quincas e, claro!...o Circo que sempre se apresenta com sua graciosa... Magia... O Máximo!

 

 SEGUNDA PARTE

 

Aliás, a Magia continua forte na atração que vai começar. Até porque, já se viu no número-virtual que, quando se fala dela, ele, o Circo, faz questão de completar... coisas de casal!... Inicia-se, então...


“A LÁGRIMA E O RISO”  

 

 Eliana e Ronaldo: Tia Eliza estava além do seu tempo.

Cenário: Uma das cinco casas da mesma Vila. Nos fundos. Na sala pequena, móveis demais para o reduzido espaço. Cama da Tita, prateleira, banquetas lá e cá, televisão em cima da cristaleira. Mesa de refeições e quatro cadeiras.
Protagonistas: Maria Eliza e os jovens sobrinhos Ronaldo e Eliana. 

1ºAto – Maria Eliza, tamanco nos pés, sentada, conta os centavos que vai colocando em cima da mesa. Tá difícil... Chamam pelo Aristeu lá fora: é o sobrinho Ronaldo que aparece no solar da porta: “E aí, tia?...” O Aristeu não está. Ela, sorriso rápido e alegria conveniente: “ Cada  vez mais jovem, meu bonitinho”. Os dois gesticulam, trocam assuntos engraçados e o garoto sai rindo alto. “Essa é incrível.” E ela já vira... está.. outra pessoa.

2ºAto – A sobrinha Eliana precisa ser ajudada prá entrar na sala. Pacotes numa sacola e enlatados na outra. Salgados e doces. Uma sombra de tristeza anuvia o olhar de Maria Eliza: “Que é isso, menina!... Quanta gostosura...”, sorriso dental... A garota  intimidada explica, em detalhes, como abrir esta ou aquela complicada latinha. A tia arranca a latinha da mão da sobrinha cheia de gestos e voz rouca: “Me dá isso aqui, menina, que eu já vou comer já, já!... E não vem que não tem...” Eliana não aguenta as próprias risadas... Sai depois de muitos abraços.

3ºAto – Sozinha na sala, descalça, cenho carregado, Maria Eliza  experimenta o paletó de tecido quente, com listras... Olha no espelho da cristaleira... Sim, precisa de uns retoques, está ficando velho... Focaliza de perto os pequenos problemas que aparecem na calça... Se fossem só estes...Veste os dois. Prende o cabelo e soletra de boca cheia e cheia de vida.   “No-me-lo-di-gas-Reis!...”  E ri, olhos marotos: “Você é mesmo um bonitão!...” Gargalha o mais alto que pode.

4ºAto – Na sala costurando a calça-problema, Maria Eliza, pés sobre o tamanco, ouve a conversa dos sobrinhos e seus filhos na entrada da sala. Ronaldo não entende por que os primos não podem ir ao baile na casa deles. Eliana concorda com o irmão, afinal sua casa fica na rua de baixo. A mãe Eliza, olhos molhados:  “A gente precisa do Circo. Não tem jeito”. Dedos secam o olho, ela se levanta e grita. “Claro, que eles podem ir... Eu já deixei!”... Palmas lá fora, alegria geral. É disso que o Xamego gosta. 
5ºAto - Relógio: altas horas. Mãos nervosas, ombros caídos, Eliza ensaca cada peça do vestuário. Paletó, calça, colete, peruca, as pinturas e os sapatos gastos. Procura o belo vestido, escolhe o melhor. Sapatos altos. Cabelos soltos. Falta o batom... O mais sedutor...  
Ombros retos. Figura elegante. Abre o sorrisão para a cristaleira. Ótimo! Pega a bolsa, sai toda dengosa e cheia de si. Vai trabalhar e ser feliz.

Pouco choro e muito charme, na casa dos fundos!
Você acha mesmo que o Xamego é de chorar?... Eta, Xameguinho bom... Xameguinho bom.  

Fim do espetáculo, que é O ESPETÁCULO!