![]() |
Xamego e família
“xamegando” que só!
|
Oras, oras, carambolas!... Se você aí está achando o máximo
os espetáculos aqui apresentados, prepare-se!...Nem imagina o que vem por aí...
O nosso picadeiro-blog, cada vez mais magnífico neste vibrante “sanduíche” de
sábados só reserva novidades... Hum, que fominha!... E o nosso palhaço, que
xamega assim que ouve seu nome e sua trilha, agita pés e quadris, pronto para
anunciar... e anuncia...
PRIMEIRA PARTE – PRIMEIRO NÚMERO
“A Magia e o Circo”
![]() |
O senhor Joaquim Antonio
sonhando. |
Nossa!... Eles são artistas? Que estranho... E ela
parece mais sisuda que ele... Parados ali, concentrados, muito bem
paramentados, no centro do picadeiro... até parecem aquele casal que acabou de
brigar... Mas, olha!!!... É o contrário!... Que destreza, que elegância, que
performance... Aplausos merecidos!
Foram mesmo feitos um para o outro, na arte e na vida circense: se entendem,
adivinham pensamentos... basta um
olhar... se completam. Pode-se dizer até que a Magia é bem feminina...
Concorda?...
Que apresentação!!! Mas...quem é esse senhor que está
na foto acima e divide o espaço com os artistas?... Fala com uma... fala com o
outro... Você ouve?... Os três não param de cochichar...
Ele quer... Epa! Veja lá!... É o Reis... tem também
uma mulher... dois jovens ... uma família!... E números de acrobacia e flip-flaps...
e saltos mortais...e sons de violão e guitarra...e...e... Céus!?... É o Xamego
gesticulando, brincando, agitando geral?!?!... Ah!... Ninguém segura as gargalhadas...
imagina o Aristeu!...
Pois é... apresentações da Magia e o Circo são os
melhores sonhos do senhor Joaquim
Antonio, amigo dos Alves e Reis:
“Eles contavam as histórias do Circo Guarani e eu me
imaginava no meio de um divertido picadeiro”, confessa Joaquim que, naqueles
tempos, era o “Quincas”, alegre contrabaixista do primeiro conjunto do bairro.
Quincas punho no alto e os jovens da Vila: "Os Snackers" |
Aplaudam!... Aplaudam... a família do Xamego, o Quincas e,
claro!...o Circo que sempre se apresenta com sua graciosa... Magia... O Máximo!
SEGUNDA PARTE
Aliás, a Magia continua forte na atração que vai começar. Até
porque, já se viu no número-virtual que, quando se fala dela, ele, o Circo, faz
questão de completar... coisas de casal!... Inicia-se, então...
“A LÁGRIMA E O RISO”
![]() |
Eliana e Ronaldo: Tia Eliza estava além do seu tempo. |
Cenário: Uma das cinco casas da mesma Vila.
Nos fundos. Na sala pequena, móveis demais para o reduzido espaço. Cama da
Tita, prateleira, banquetas lá e cá, televisão em cima da cristaleira. Mesa de
refeições e quatro cadeiras.
Protagonistas: Maria Eliza e os jovens sobrinhos
Ronaldo e Eliana.
1ºAto – Maria Eliza, tamanco nos pés,
sentada, conta os centavos que vai colocando em cima da mesa. Tá difícil... Chamam
pelo Aristeu lá fora: é o sobrinho Ronaldo que aparece no solar da porta: “E
aí, tia?...” O Aristeu não está. Ela,
sorriso rápido e alegria conveniente: “ Cada
vez mais jovem, meu bonitinho”. Os dois gesticulam, trocam assuntos
engraçados e o garoto sai rindo alto. “Essa é incrível.” E ela já vira...
está.. outra pessoa.
2ºAto – A
sobrinha Eliana precisa ser ajudada prá entrar na sala. Pacotes numa sacola e
enlatados na outra. Salgados e doces. Uma sombra de tristeza anuvia o olhar de
Maria Eliza: “Que é isso, menina!... Quanta gostosura...”, sorriso dental... A
garota intimidada explica, em detalhes,
como abrir esta ou aquela complicada latinha. A tia arranca a latinha da mão da
sobrinha cheia de gestos e voz rouca: “Me dá isso aqui, menina, que eu já vou
comer já, já!... E não vem que não tem...” Eliana não aguenta as próprias risadas...
Sai depois de muitos abraços.
3ºAto – Sozinha na sala, descalça, cenho
carregado, Maria Eliza experimenta o
paletó de tecido quente, com listras... Olha no espelho da cristaleira... Sim,
precisa de uns retoques, está ficando velho... Focaliza de perto os pequenos
problemas que aparecem na calça... Se fossem só estes...Veste os dois. Prende o
cabelo e soletra de boca cheia e cheia de vida. “No-me-lo-di-gas-Reis!...” E ri, olhos marotos: “Você é mesmo um bonitão!...”
Gargalha o mais alto que pode.
4ºAto – Na sala costurando a
calça-problema, Maria Eliza, pés sobre o tamanco, ouve a conversa dos sobrinhos
e seus filhos na entrada da sala. Ronaldo não entende por que os primos não
podem ir ao baile na casa deles. Eliana concorda com o irmão, afinal sua casa
fica na rua de baixo. A mãe Eliza, olhos molhados: “A gente precisa do Circo. Não tem jeito”. Dedos
secam o olho, ela se levanta e grita. “Claro, que eles podem ir... Eu já
deixei!”... Palmas lá fora, alegria geral. É disso que o Xamego gosta.
5ºAto - Relógio:
altas horas. Mãos nervosas, ombros caídos, Eliza ensaca cada peça do vestuário.
Paletó, calça, colete, peruca, as pinturas e os sapatos gastos. Procura o belo vestido, escolhe o melhor. Sapatos altos. Cabelos soltos. Falta o batom... O
mais sedutor...
Ombros retos. Figura elegante. Abre o sorrisão para a
cristaleira. Ótimo! Pega a bolsa, sai toda dengosa e cheia de si. Vai trabalhar
e ser feliz.
Pouco choro e muito charme, na casa dos fundos! |
Fim do espetáculo, que é O ESPETÁCULO!
Nenhum comentário:
Postar um comentário