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Xamego na tela |
Ei, ei, ei, o público é meu rei!... ei... ei... ei... Eeeeeee... cá estamos nós. Mais uma semaninha... E com um novo e inacreditável espetáculo, eeessssspetaaaacular...
Já estou ouvindo o primeiro sinal e cada um que tome seu lugar que... – Escuta lá, o segundo!... O show vaaaai começar... senhorinha, senhorzinho, criança, criancinha, sim! Agora é o último sinal...
E nuoooooós vaaaaaamos acionar as caixas... Lá vem o Gonzagão... O Xamego faz sofrer, o Xamego dá prazer
Lálaririririlá... Lálará...
E o que é que todo mundo quer sabeeeeeer? Responde alto, que eu sei que você saaaaaaabe...Puxa, veja o Xamego alegre, alegríssimo até...
Claro que ele fica feliz porque a plateia do seu picadeiro- blog acompanha sua música sem errar a letra. E bate o pé... E bate as mãos... Olha lá!...
Tem um senhorzinho em pé, dançando, xaxando com o Xamego... É isso aí, minha gente! Vamos cantando e dançando que a alegria deste palhaço é ver o circo xamegar... E, sem parar um minuto, ele anuncia a primeira atração...
PRIMEIRA PARTE – PRIMEIRO NÚMERO
“A Gargalhada e a Portaria”
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A Portaria e a Gargalhada... de Julineto |
E já está no picadeiro essa dupla muito estranha. As duas, pelos olhares que trocam, percebe-se , são velhas amigas. Mas serão artistas?... A plateia não sabe se aplaude ou não. É quando elas começam a caminhar, andam depressa e logo em seguida correm muito, dando voltas... Velocíssimas... Uma, duas vezes, dez, vinte... O que é isso????...
O pó da serragem levanta, vira uma enorme fumaça e não se consegue enxergar muito bem... Mas há várias figuras por lá... Você percebeu aquela senhorinha, pequenina e brincalhona?... Preste atenção!... E entra em ação a Portaria!...
Que é uma portaria comum. Daquelas que todo prédio pequeno de São Paulo tem... Por isso, nada de maquiagem. Pois bem... É naquela simples portaria, que a Gargalhada toma fôlego, fica alta, muito forte, contagiante... E ocupa todo o espaço.
Da Portaria, do picadeiro-blog, do mundo virtual inteirinho!... Essa é “A“ Gargalhada! Ah, Ah, Ah, Ah, Ah, Ah, Ah... Que show diferente!... Ela é irresistível! Será que dá prá entender?... E o que faz aquele porteiro super sorridente, gesticulando, batendo uma mão na outra, sacudindo todo corpo? É ele que gargalha?... Não se sabe... Mas o número prossegue. Cheio de emoções e mistérios...
Agora, no meio de um grande redemoinho, percebe-se, claramente, que a senhorinha levada da breca, repete em alto e bom som... Toda hora e toda vez que o porteiro sorri prá ela... “Estou cada vez mais jovem, meu bonitinho!” Ela capricha no xaxado...
E a Gargalhada se torce, chega a chorar, com os dentes à mostra... Sim, pode gargalhar também! Gargalhe com a Gargalhada... Pois a portaria inteira do prédio Dione gargalha, há anos, quando aquele porteiro faz a esperada pergunta: “Como está a senhora, dona Eliza?”... É que a Portaria, a Gargalhada e o porteiro Neto sabem que o Xamego, há cento e seis anos, é o mestre do gargalhar.
Muitas palmas pra este trio que faz a gente morrer de rir!
SEGUNDA PARTE
Gente! ... É preciso acalmar um pouco... Vamos parar de rir... A nossa peça de hoje pede atenção... E já vai começar...
"A TELA, O TRAÇO E O MESMO PALHAÇO"

Zé Chico, o artista no espelho

Zé Chico, o artista no espelho
Cenário: Uma sala de visitas, com sofá e cadeiras. Três câmeras ligadas. Bem posicionada, em carvão, a tela ressalta o sorriso do palhaço. E o nosso protagonista está sentado, diante do espelho, traçando, em lápis, uma máscara. Concentrado. Olha para o espelho. Olha pra tela. Solene.
1º Ato: Quando o artista delineia as sobrancelhas, seu pensamento entra em cena. O lápis vira carvão: é ele marcando a tela. “Não vai dar tempo”... E ele vê aquela mulher de sorriso franco, de mãos de fada, na cozinha. Sente o cheiro da feijoada, na mesa, quase acabando... “Pega logo que não vai sobrar!”
2º Ato: O próximo traço é na boca. O pensamento liberta: “Quero ser um palhaço na festa dos meus sobrinhos”... A mãe da Daise empresta a roupa, a cabeleira, a bengala e a flor na lapela. “Vou arrasar”
3º Ato: Agora é caprichar na máscara. Tem que modelar o carvão... Não, o lápis... “ Preciso começar de novo”... A figurinha forte volta, aconselha e filosofa: os olhos são o espelho do palhaço... A tensão é grande. Os câmeras percebem e cooperam. Concentração geral.
4º Ato: A sala some da sala. É outra. Na aula-técnica do carvão: a tensão é a mesma: “Me ajuda minha amiga... Não tenho muito tempo”... E os traços completam a tela! Milagre?... Os dois comparsas têm certeza... Artista realizado. Xamego está lá: olhos e boca sorridentes. A flor no lugar certo. Perfeito. Obra de arte.
5º Ato: Agora, ele é um só: palhaço e artista. O espelho acompanha a boca nervosa do Zé. A tela acompanha o ambiente emocionado. Deu tempo... Sempre dá. O tempo é pensamento. Vai e volta... E o artista Zé Chico segue maravilhando seus traços. Com tinta ou não. E o palhaço Xamego, sorri, para sempre, com olhos e boca. E flor na lapela... Em carvão... Na preciosa tela do querido Zé. Assinado, CHICO.
Sim!... É isso aí!...Grandes emoções merecem sonoros aplausos ! Ai que Xamego bom... larilarilalalá...
The Fim!