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Xamego e Tabajara. Dois artistas e um só chiste: No me lo digas, Reis! |
Obaaaaaaaa!... Estamos de volta nesse vai e vem de
espetáculos, festivais e semanaxuá, cada qual melhor que outro... É ou não é
seu José?... E prá não perder o jeito, sempre mantendo clima festivo, temos
mais e mais novidades, focas e focos nesse picadeiro de todos os mundos!...
Sinais soando, plateia sentando e o solo da sanfona mais animada de todas as
eras intergalácticas irrrrrrrrrrrompendo sob a lona... Vai lá, Rei do baião!,
que outro Rei vai entrar... O Rei da alegria... o nuossso encantador de
plateias.... Xaaaameeeegoooo...
E xaxando, xamegando, alegrando sem parar, o
nosso palhaço danado nem precisa chamar as atrações porque eles (sic) já estão
debaixo da lona... Com você...
PRIMEIRA PARTE-PRIMEIRO NÚMERO
PRIMEIRA PARTE-PRIMEIRO NÚMERO
“A foca e o foca”
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O homem- foca: “Xamego deve estar me olhando e sorrindo” |
A foca, sabe-se, não hesita ao equilibrar, no fino focinho,
cada colorida e iluminada bola que a plateia atira. De perto, de longe, de
baixo, de sopetão... enfim... Diante do desafio, daí imediatamente, e com uma
quase invisível espada na boca... o foca, Tabajara, faz melhor... equilibra as
bolas atiradas, uma... cinco... três mil... que sejam... mas, por muito mais
tempo. Brinca com cada uma, salta, pula e a bola lá. Firme. Pode acreditar?...
E vai assim... Um superando o outro, o outro fazendo mais que
o um e todas as expectativas aumentando. Imagina algo parecido?... Homem e
foca, lado a lado, demonstrando habilidade, destreza e respeito mútuo no
competir... Inacreditável se não acontecesse aqui, neste picadeiro fantástico.
O que se presencia nesse agora, é uma parte, especial
percebe-se, da maravilhosa trajetória do renomado artista, Tabajara Pimenta,
que além da originalidade no picadeiro, fora dele adora imitar o nosso Xamego e
suas, para ele, “impagáveis” entradas...
Acostumado a surpreender como homem-foca, ele próprio confessa
o susto que levou com o palhaço Xamego. “Puxa, fiquei surpreso quando soube que
era a filha do João, aquele excêntrico que levava o público à loucura, quando
dizia “no me lo digas, Reis!.” E Tabajara faz trejeitos e caretas. Uma pândega!
Então,
repare nos dois amigos xamegando lá em cima e aplauda com gosto e vontade, esta
“pérola” de ser humano que tem Pimenta no nome e esquenta corações.
SEGUNDA PARTE
Continuando nos temas do mágico e do virtuosismo vamos engatar a nossa próxima atração que traz uma outra Titã, ops!, a Tita que é conhecida como senhorita-magrinha-violino, mas que arrasa mesmo é no...“O BANDOLIM DA TITÃ, OPS! DA TITA”
A jovem-violino mostra avião, mas sonha bandolim. |
Cenário: Quintal da fazenda de cafés. Tempo das floradas. Paisagem invadida pelo gelado amanhecer. Cadeira bem posicionada para a máquina fotográfica. Aos fundos, a escadinha improvisada de uma convidativa casinha de árvore.
Protagonista: A Titã, ops!, Tita. Vó-Não da
Birota.
Voz: Operador da máquina ou fotógrafo.
1º Ato – Efigênia adolescente magrinha e
levada da breca não consegue dormir e aproveita a manhã pra resolver a foto no
quintal. Serelepe, corre, joga pedrinhas pelo mato e ameaça subir na casinha da
árvore. Operador: “Menina, seu pai vai ficar bravo... Não tem uma roupa melhor?”.
Ela prá ela mesma: “Quem se importa?... Pelo menos me livrei do violino”. Olha
o vermelho calo do dedo esquerdo.
2º Ato - Parece quieta. Mas, só por
instantes... Não dá tempo de se focar a cena. Operador pra ele mesmo: “Meu
Deus, ela não trouxe o violino...” A voz não disfarça o nervoso e ordena que a
magricela vá buscar o instrumento. Efigênia passa a mão no pescoço, também
vermelho por segurar o instrumento, e simplesmente enfrenta os degraus, grudados
na árvore. Desaparece. Ele quer “morrer” e pensa alto: “Eta menina!, magra como vareta de violino e chata como rabecão desafinado”.
3º Ato – Ela aparece com um bandolim.
Sorridente, alegre. Adora aquele som... O foco da máquina é perfeito. Mas,
como?... A voz: “Não, não... Tem que ser com violino... Seu pai se orgulha do incomparável
“Stradivarius”...” A garoa fina esfria ainda mais o ambiente. Efigênia gosta
dessa melancolia quase inspiração. Pensa no chorinho do Jacob... Quer aprender
aquela do pé caminhando: “André de Sapato Novo”... Que ideia!... Olha pro
sisudo operador. Sai em disparada...
4º Ato – Ninguém em cena. Só o som
cadenciado, malemolente, divertido até, de um... bandolim. A voz do operador
demonstra desespero: “Agora se meteu na casinha e vou fazer o que?”... O treino
continua, mas não é de amador... As notas se encaixam, se completam, envolvem o
cenário... O operador está silencioso... O som toma conta do ambiente.
Grandioso. De mestre. Só para quando a bela execução termina.
5º Ato – Silêncio quase total. Aqui e ali,
barulho de máquina fotográfica em preparação... Efigênia desce lentamente cada
degrau. Foca a máquina fotográfica
posicionada que não se vê. Senta na cadeira e mostra no colo os três...
violino, avião e bandolim. A voz: “Agora sim!... Se livra dos
dois e ergue o violino”... Matreira, a danadinha concorda, levanta da cadeira...
capricha no olhar “gatinho”... E FLASH!...
Essa Titã, ops!, Tita não gosta de fotos.
Birota ouve até hoje o bandolim da Titã, ops! da Vó Tita. |
Ai que xodó... que xamego...
que chorinho bom...
Fim do espetáculo... mas não do carinho entre VóNão e NetaSim!