"Vó e tio, dois dos impagáveis “Três Malucos” |
Ah!... Quanta felicidade.... que sucesso... que semanas
agitadas. Pois pra continuar tanta festa, só mais alegria ainda, muita novidade
e surpresas... Em nenhum lugar dos mundos existe um picadeiro-blog como o
nosso!... Começamos então, com uma atração que faz o coração do nosso palhaço
maior bater com emoção. É uma dupla diferente, um parceiro especial que não
recusa participações, mas sempre se surpreende, morrendo de rir, com tudo que
Xamego faz... Eta figurinha!... Com
vocês....
Xameeeeegoooo e.... Aristeu
Gonzagão no som, a “entrada” começa. “Todo mundo quer
saber...” É o grande momento da abertura, como sempre. De cara, o palhaço arranca
muita gargalhada e seu par já não consegue disfarçar o riso... Xamego se
preocupa – “ai, ai, ai, menino! – mas gosta do jogo e continua. Atiça a plateia
e o parceiro agora, visivelmente sufocado. Aristeu controla a reação... Mais
pilhéria, mais risadas e muitos aplausos. Cresce o sucesso da dupla e a tensão aumenta
nos dedos contáveis do “bebê” do número “O Livro mágico”... lembra?... (Post 2)...
Que bom: “a entrada” é curta. Só aquecimento. Aristeu: “Ufa! Já posso rir"... Xamego, em voz alta: “E agora vamos a nossa
primeira atração...” O filho: “ Minha mãe é uma figura, né mãe?” E, ao mesmo
tempo, curva-se e abraça, à força,
carinhosamente, o baixinho querido, que não para de fazer graça, e com ela, opa!, com ele, ri à vontade para anunciar...
PRIMEIRA PARTE - PRIMEIRO NÚMERO
“Um sapato e três deusas”
A menina Noêmia tira o sapato e Genésio admira. |
Rapidamente se percebe que o segredo está no sapato. Não no
par. Um deles. Aquele em destaque, que, quando calçado, faz a diferença. Começa
com a garota mais magrinha. A do cata-rapaz, caça-rapaz, pega-rapaz, enfim...
Leve, graciosa e... como canta essa danada!...
E o pé do sapato nela se desloca, tão delicado, que os sons
vão além de um bom sapateado. Você nem nota o outro pé... Pisa nas nuvens?...
Daí, vem a outra. Mais cheinha, mais veloz, mas que graça!... O sapato no pé, a
ilumina inteira...
Será de cristal?... Um sonho, sem dúvida!... Dança e canto
perfeitos... e chega a terceira... Essa é outro sucesso. Mais jovenzinha. Uma menina!...
Completa o trio e o encanto do número com o sapato mágico... Não é diferente e
cativante?...
O sapateado transcorre com graça e elegância. Tá ouvindo?...
As cores entram e saem do sapato, com naturalidade. Gostam de nele se revezar...
Duas, três, mil tonalidades... e intensidades incríveis... E a plateia se
enleva... Tão lindo, tão colorido, tão ritmado... Suspiros no ar... Atenção
absoluta.
As três sapateadoras, qual deusas, deslizam, suave, pelo
picadeiro-blog, cantam envoltas pelos holofotes, usam o sapato com energia e
perfeição. Trocam olhares, sorriem de lado, amigas, cúmplices, parceiras...
Jogam os braços e a ponta dos dedos pro alto... descalçam o sapato e voam pra
lona... Efigênia, Maria Eliza e a sobrinha Noêmia, alegres e soltas, dançam e
cantam assim o tempo todo.
No picadeiro, na barraca, no camarim... Às
vezes, sem o sapato.
Vó Tita: capricha na letra, no pé e no cabelo. |
Vó Xamego acha a graça do sapato com o chapéu. |
SEGUNDA PARTE
E seguindo os passos das deusas, apresentamos a nossa peça, especialmente
interessante e de inspiração interiorana e - por que não revelar sem alterar
expectativas? - de final muito, mas muuuuuuuuito feliz... Ainda existe
curiosidade?... Vamos ao romance...
E seguindo os passos das deusas, apresentamos a nossa peça, especialmente interessante e de inspiração interiorana e - por que não revelar sem alterar expectativas? - de final muito, mas muuuuuuuuito feliz... Ainda existe curiosidade?... Vamos ao romance...
“O CAIPIRA E
A FLOR”
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O grande Genésio Arruda, no teatro, em ação. |
Cenário: Camarim das garotas do Circo
Guarani. Divisões em tecido, cores-pastel. Esvoaçantes. Cabides espalhados
pelos pregos, com roupas coloridas dos artistas e vestuários de dramas e
comédias. Uma grande penteadeira, com espaçoso espelho. Peruca de palhaço no
toucador?... Banquinho pra maquiagem. Chapéus e poás em duas das três cadeiras.
Protagonistas: As jovens tias Efigênia e Eliza. A
sobrinha Noêmia.
Voz: João Alves, avô e proprietário do Circo.
Voz: João Alves, avô e proprietário do Circo.
1º Ato – Efigênia, agulha e linha,
ultimando o “pegnoir”, sentada na cadeira. Eliza, no banquinho, esmerando no
batom: “O nenê da Cotinha está pra nascer... Queria conhecer...” Efigênia:
“Sabe que nossa irmã se chama Maria José, não é?”... Eliza sabe, mas prefere lembrar
da irmã de criação, pelo apelido. “Ela
sempre será Cotinha, pra mim!"... É que a querida irmãzinha casou e foi morar
bem longe...
2º Ato – As artistas, uma em cada cadeira,
quase prontas, disputam o espelho. Depois de perder a mãe e o pai, a órfã Noêmia,
sete anos, vive com a família Alves. Ela entra em silêncio e observa o agito no
camarim. Fica encantada!!!... Uma tia: “Querida! Logo, logo você aprende tudo.
Sua mamãe aprendeu bem rápido”... Silêncio comovente... As tias não contêm as
lágrimas. Mas é hora do espetáculo...
3º Ato – Confusão no camarim. Um espelho é pouco
pra duas sapateadoras e a promissora dançarina... E o segundo sinal está
batendo. Outra tia estica o braço pra Noêmia: “Querida!... Você fica melhor ainda,
com esta flor nos cabelos”... Tia Eliza, olhar saudoso: “Ela tem os cabelos da mãe
Cotinha... tão linda!”... As três atravessam as cortinas.
4º Ato – Grandes parceiras, o trio é o sucesso do sapateado. “Parecem deusas”,
aplaude o fã na primeira fila. No camarim, exaustas, jogam-se onde encontram
assento, só pra “tricotar”. Amigas, trocam confidências e a tia magrinha quer
saber por que a mocinha está tão alegre. A tia brincalhona joga olhares
cúmplices pra sobrinha. Ambas sabem que o
famoso cômico Genésio Arruda admira a garota de flor nos cabelos... “Já
é uma mulher, mas pra mim sempre será o bebê da minha irmãzinha”.
5º Ato – Emergência!... As já famosas
bailarinas comentam, no camarim-refúgio, o assunto mais urgente do momento.
Troca geral de cadeiras e de argumentos... Noêmia: “Ele disse que gosta de mim de
verdade”. A magrinha: “Mas ele já foi casado!”... A brincalhona: “O senhor Genésio foi grande
amigo do Pedro Liendo, pai dela e, “É”
amigo do nosso pai...” A voz forte e enérgica de João Alves, alerta nos cochichos, olho nas novidades, ressoa
lá fora do camarim. “Na minha família é assim... Fomos três amigos, somos dois
amigos... mas minha neta só sai daqui casada!...” Tias e sobrinha riem
baixinho... Efigênia e Eliza previam que Noêmia e Genésio seriam felizes para
sempre! E são!...
Missão cumprida de João Alves e filhas. |
Final feliz – não disse? -
do espetáculo!